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CLÓVIS

 

Clóvis, ou Bate-Bola, é a manifestação mais tradicional do Carnaval do Rio de Janeiro.

As ‘’turmas’’, como são chamados os coletivos dos Clóvis, são territoriais e ligadas aos seus bairros. Há pelo menos 300 turmas espalhadas pela periferia do Rio de Janeiro (não existe estatística oficial), sem temática fixa e com forte influência pop e com alguma crítica social e política.

 

O nome Clóvis é uma derivação aportuguesada do termo Clowns (palhaços). A origem é imprecisa. A versão mais aceita é que trabalhadores das empresas europeias do início do séc. XX desfilavam pelo centro do Rio, durante o carnaval, fantasiados de palhaços, pierrôs e arlequins, em algazarra e por vezes usando de violência nas brincadeiras.

 

As fantasias, de confecção esmerada, sempre muito coloridas, obedecem a um rito indumentário, assim como as baianas das escolas de samba. Os temas mudam anualmente e envolvem desde homenagens a personagens famosos, nacionais e estrangeiros, música, cinema, tv, quadrinhos, mangás e até religião. A máscara, que garante o anonimato, é adereço obrigatório e confere o caráter absolutamente coletivo às turmas.

Os Bate-Bolas, em paradoxo, são um movimento grande e quase marginal, concentrado na periferia carioca e independente do universo milionário das escolas de samba e do marketing dos blocos empresa do centro e da zona sul da cidade. Os membros das turmas, a maioria jovem e masculina, confeccionam as próprias fantasias, um trabalho manual iniciado cerca de seis meses antes do carnaval, que envolve paixão e tradição. As turmas não têm patrocínios ou subvenção estatal. Cada traje pode custar o equivalente a quatro meses dos salários de cada participante.

 

Reflexo da dinâmica da cultura de massa, desde os anos 90 o samba cedeu espaço ao funk carioca como trilha dos Bate-bolas.
 

 

 

Clóvis, de Andre Arruda, foi premiado como ensaio revelação do Prêmio Fotografia Brasil Fotografia Porto Seguro 2017

 

 

Andre Arruda

fotógrafo

Formado em Comunicação audiovisual pela Faculdade da Cidade, RJ.

Trabalhou no Jornal do Brasil (1992-1998) no O Globo (1998-2000). Fotógrafo independente desde 2000, tem publicado em diversos veículos e mídias, como ReVista (Harvard University), Época, Piauí, Veja, Isto É, Isto É Dinheiro, Quem, Contigo, Galileu, Vip, Top Magazine, Top Destinos, entre outras, e mercado publicitário,

além de publicações em catálogos e livros de coleções de arte.

www.andrearruda.com

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Rio de Janeiro

nov.2021