O acidente da usina nuclear de Chernobyl aconteceu na década de 80, numa Ucrânia que ainda integrava a União Soviética.
Chernobyl é lembrado, até hoje, como o pior acidente em uma usina nuclear ocorrido na história. Fukushima vem mais tarde. Toneladas de materiais radioativo foram lançados ao ar. Dezenas de pessoas morreram imediatamente e outras tantas foram expostas a irradiação com problemas que se estendem aos dias atuais.
Em 2019, Chernobyl virou série e estreiou na HBO com estrondoso sucesso, voltando a nos assombrar com imagens chocantes e histórias recheadas de mentiras e corrupção do Estado.
A obra do artista visual Osvaldo Carvalho, 3OHA, que significa zona em russo, foi produzida na época do acidente, mas hoje, trinta e cinco anos depois, carrega nela outros significados. Chernobyl, virou sinônimo de escombro, ruína, terra arrasada, lixo tóxico.
Uma das cenas mais belas e assustadoras da série Chernobyl é quando moradores vão até uma ponte para observar a luz azul emitida pelo incêndio no reator, sem saber do que se tratava, e cinzas começam a cair...
Já a beleza e a angústia da obra de Osvaldo está quando ele nos apresenta um céu sem cor, e imagens completamente vazias, abandonadas, como a do parque de diversão, por exemplo.Tudo ali nos instiga a pensar na finitude da vida, e mexe nas nossas memórias, lembrando que aquele ambiente, antes um lugar de encontros, afetos e de alegria, hoje é só ruína e morte.
A arte de Osvaldo Carvalho é bela, é política e de uma atualidade desesperadora.
Podemos pensar que Chernobyl hoje, é o aquecimento global, é Bolsonaro, é o Agro, são os milicos...
Bueno, viramos Chernobyl. A 3OHA é aqui!
