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ÍGNEA HERANÇA

minha poesia é tiro

quando bala na sua testa é doce

e o beijo amargo

já te corrompeu.

 

repito. pela dádiva da perdição.

 

minha poesia é ira

quando me assento na calada

procurando o que trouxe de ontem

a miséria entre o coma e o passado

a substância-

mor

da redundância pessoal.

 

malditos hábitos.

 

chamem do que quiser, mas

minha poesia é V

E

R

T

I

C

A

Lmente 

livre de estornos condenada.

irredutível rizoma de todo o saber:

ignorância.

um cataclisma eterno nunca abençoado

rompendo com força própria e se tornando 

o inverso

nos caminhos do eu.

Ed 15 p poesia LucasRegistration.jpeg

Lucas Hugueney

poeta

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Foto Printerest

Rio de Janeiro

nov 2021