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QUE PALAVRAS PARIR QUANDO ESTAMOS GESTANDO?

Numa terra em chamas, chagas, pestes

Onde morte é motor. Morte é poder.

Só o que podemos fazer é espalhar sementes.

 

A terra clama por semearmos vida.

Sementes reais ou simbólicas.

Sementes físicas ou metafísicas

Sementes das plantas ou nossas.

Sementes em forma de palavras, colos, vozes ou árvores.

 

Que aguardarão as cinzas do mundo

As cinzas adubarão

E com paciência elas vão germinar vida novamente.

 

Enquanto uns ardem o mundo

A nós cabe gestar o amanhã.

A gestação pede silêncio

E meses de recolhimento.

 

Pariremos amor sobre a terra morta

Passaremos férteis vertendo sangue semen e musgos 

Fertilizando o solo novamente.

E nos lembrando: a vida só existe diversa.

 

Querem nos convencer que eucaliptal é floresta

Que quilometros de soja é agricultura.

Que humano é branco cristão hetero e rico.

 

Da mesma forma que padronizam ecossistemas, empobrecem solos e secam seios

Padronizam vidas culturas cidades

E os outros são todos podres. Todas ervas daninhas.

 

Nenhuma planta é erva-daninha. 

 

Não há vida sem variedade.

Só há vida na diversidade.

 

Pense o mundo memória: como era a terra humana há séculos.

Tantas tribos, cores, formas, vidas, sonhos, deuses, presentes, futuros, remédios, paixões. Tão diferentes.

Para onde caminhamos: Eucaliptal de gente. Monocultura de nações. Padronização de sonhos.

 

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Diversidade construtiva no mundo ameaçada pelo padrão

da metrópole europeia colonizadora

Estamos permitindo que nos transformem em um bloco único

Monocultura não é ecossistema.

 

Vamos plantar sementes crioulas: de gente, livro, bicho, casa, comida.

 

Não vamos permitir que nossas nações virem um punhado de milho amarelo patenteado pela Syngenta.

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Variedade de milho crioulo e nativo    

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Milho amarelo transgênico patenteado pela Syngenta

Roberta Nader

Roteirista 

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